- Depois que vi uma camisa com os dizeres “Motorista da rodada só se for o do SAMU”, percebi o que se avizinhava.
Carnaval é guerra. Tanto para a pegação generalizada, quanto para se adquirir hematomas inexplicáveis. Na enfermaria, soldados da batalha. Centenas esticados sobre macas clamando por glicose. Um vomitódromo de gente fantasiada e choros compulsivos sejam por uma desilusão amorosa, sejam pela falta de cerveja no isopor.
Destaque para o número sempre excessivo de mulheres deitadas pedindo para não morrer. O bombeiro-herói, como um padre que dá a extrema-unção, reconfortando com um “vai morrer sim, mas não hoje”. E lá descia goela abaixo um coquetel muito parecido com o suco gástrico do demônio.


- Um dos esportes inventados e que tive o desprazer de participar foi “Arremesso de Cadeiras”. Tentei apanhar uma no ar, pensando estar em um filme típico do Domingo Maior com Steven Seagal e tive o braço parcialmente danificado. Se você tentar isso, a dica é arriscar o chute derruba-muro do Anderson Silva.
- Assisti pelo menos a um trecho de um dos desfiles pela TV, enquanto sarava do meu provável 4º porre contabilizado. E, na boa, a Ana Hickman caindo é a única maneira de deixar uma loura daquela envergadura aos seus pés.
- Você sabe que um lugar é ruim quando até bêbado vê gente feia. Foi o que aconteceu em uma das festas que acabei entrando. São Jorge teria muito trabalho para liquidar o rebanho que se formava ao som de “Quero não, posso não”. No próximo Carnaval, sugiro que junto das camisinhas se distribua também desodorante.
- Triste tempo em que até a Hebe Camargo beija mais gente no Carnaval que você.
- Uma das coisas mais contraditórias e engraçadas são homens vestidos de mulher, brigando com o cara do estacionamento e chamando um borracheiro porque furaram os pneus. Incorporaram até a dificuldade feminina de trocar um. Aliás, um paradoxo para o próximo Carnaval: cartunista Laerte fantasiado de homem.
- Vendedores são os mestres-salas dos blocos de rua e seus carros-alegóricos de cerveja morna a 4 reais são um espetáculo de evolução a parte. Um quis me ensinar que “frevo não é aquele guarda-chuvinha que se põe na bebida”. No quesito fina-sacanagem, a campeã foi uma barraca escrito “Coco gelado” e um cara sentado em cima de um saco de gelo.
- Fui fantasiado de solteiro, o que rendeu alguns elogios e outros “cai fora”. Algo que já faz parte da margem de erro de ter nascido.
Bem, eram esses meus relapsos. Se quiser contar o seu, fique a vontade nos comentários, mas lembre-se: nada de putaria. Isso ja foi feito demais nos 5 dias de folia