No Rio, o "Samba do arrastão" arrasta multidões

 Tamborins mais do que quentes!

Expressão das mais conhecidas da nossa cara cultura brasileira, produto de exportação, abre-alas da caricatura nacional, o Carnaval interrompe e congestiona o país, agita todos os confins, de ponto a ponta, capitais e interiores, faz gente refinada alcançar estados de elevada embriaguez intelectual e doses de inteligência homeopáticas só vistos antes em programas do tipo BBB.

Enquanto muitos se divertem, no meio de plumas, paetês, alegorias de luxo e ostentação profana, uma outra face do carnaval é exposta, ferida aberta da realidade social brasileira. É o "samba do arrastão", modalidade antiga, que estava quase esquecida dos noticiários, mas que volta a chamar atenção nestes tempos de "bumbum-à-beça"!

=> Veja alguns arrastões aqui / aqui / aqui / aqui / aqui / aqui / aqui / aqui (por enquanto!) <=

Promovido pelos marginais nas marginais dos sambódromos, descendo as ladeiras, ruas, e espalhando-se por todo o canto, como um veneno na circulação sanguínea, o "samba do arrastão" é o tema que vem tirando o fôlego de quem pensou em afogar-se na folia.

E ninguém é poupado. Sacudindo os pertencem físicos e emocionais, o "samba do arrastão" realmente arrasta multidões. Sejam turistas, paulistas, pernambucanos, mineiros, populares apátridas ou cariocas da gema, todas caem juntos na bateria daqueles que estão fazendo uma omelete de violência e insegurança no nosso grande feriado nacional.