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sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Benazir


Ao ler a manchete sobre a morte da ex-premier do Paquistão, lembrei-me imediatamente da música feita por Chico César, no magistral cd Mama África, em que a homenageia com uma singela canção. E quando li mais sobre o atentado, acabei me sentindo um pouco mais perto da violência, do temor, do terror. Não do terror que nos é oferecido pela mídia, colocando o Islã como um mal que deve ser combatido a qualquer preço. Mas sim da loucura da guerra, das mortes bárbaras, da insensatez humana, da tolice que quer calar o povo com gestos anti-iluministas, na busca do poder pelo poder. Pois para mim, vendo este e outros acontecimentos, parece que um grupo mais forte - digamos assim, liderado talvez pela superpotência econômica moderna que está fadada à ruína como todos impérios construídos na base da mentira e da opressão, já nem se lembra do motivo inicial da disputa. Ficaram cegos, surdos e burros. Não sei você, mas eu sempre tenho a tendência a conspirar contra o senso comum, esse prato mastigado que os jornais nos oferecem, com uma farta e veloz quantidade de informações, para que não tenhamos tempo de aprofundar e refletir com consciência. Independentemente da figura política de Bhutto, presto homenagem à mulher que talvez tenha sonhado com um país em paz, ainda que dentro do contexto da guerra.

(*) Nascida nos EUA em 1953, Benazir Bhutto foi a primeira mulher eleita democraticamente para governar um país essencialmente muçulmano. Assim, a meu ver, já surgem inicialmente três situações tensas: mulher, democracia, islã. Algo que não poderia render uma situação diferente no contexto daquele país: a morte dos que se opõem ao status quo. Seguindo os passos do pai, Zulfikar Bhutto, Benazir também ingressou na política, sendo premier do país duas vezes, e também morreu vítima de um atentado político.

Leia Mais
+ Reações à morte
+ Trajetória política
+ O assassinato, segundo a mídia

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